Adajo
Aworan
A concepção da Adajo Aworan, do ioruba para o português, que significa Arte Suprema, nasce no ano de 2015 a partir do trabalho inspirado nas energias da natureza, representados pelo Orixás e toda falange espiritual.
Tais processos que dão forma às biojoias da Adajo, forjadas em prata, cobre, latão e ouro, com pedras preciosas, búzios da costa africana, escamas de peixes, corais, couro, cordões e linhas de algodão, são processos de criação identitária vinculados ao respeito e permissão ancestral.
Ao transcender técnicas antigas de confecção de biojoias afro, a Adajo Aworan contribui para o fortalecimento das religiões de matriz africana, além de atuar diretamente no empoderando de negras e negros.
Biojoias amuletos
As biojoias podem ser compreendidas como adornos produzido a partir de elementos naturais, como escamas, sementes, fibras naturais, frutos secos, conchas, ossos, entre outros que possuem na sua associação um metal precioso ou semiprecioso e um elemento natural.
Além disso, o processo de produção é artesanal, tendo a matéria-prima natural extraída de forma sustentável e por isso não agride o meio ambiente.
A partir da utilização da simbologia relacionada com as religiões de matriz africana, a partir da permissão ancestral para sua produção, as biojoias se tronam verdadeiros amuletos que transbordam energia de cura e proteção.
Quem faz parte
A gestão da Adajo Aworan é fruto da parceria do casal Silvani Honorato e Regys Araujo. Uma relação que proporciona a criatividade, inspirada pela espiritualidade, tendo como elemento essencial o respeito e a valorização a cultura negra, retratando nos detalhes das peças das biojoias.
Silvani Honorato, desenvolve uma função de criação e gestão na área de comunicação e divulgação das peças. Ela tem sua trajetória no Movimento Popular, na luta pela justiça ambiental em prol das comunidades negras. Na década 90 engajou-se no Movimento Negro e ampliou sua luta com as comunidades de terreiro, contra o racismo, sexismo e outras formas de opressão estrutural. Especialista em Educação Ambiental para Sustentabilidade pela Universidade Estadual de Feira de Santana e graduada em Pedagogia.
Regys Araujo, trabalha na confecção das biojoias amuletos da Adajo. Regys iniciou sua produção artesanal de acessórios em 2002 inspirado na produção de sua avó. Graduado em Engenharia de Pesca pela UFRB em 2010 e Mestre em Planejamento Territorial pela UEFS em 2015,
Regys construiu uma carreira acadêmica atrelada ao trabalho na gestão participativa com pescadoras e agricultoras familiares. Neste mesmo ano iniciou-se um trabalho de restruturação e construção de novos conceitos para trabalhar com biojoias, utilizando apenas elementos simbólicos da religiosidade de matriz africana, inserida na sua trajetória e potencializada com a sua iniciação no candomblé em 2013.
Em 2018 tornou-se ourives pelo SENAI de Salvador BA, agregando valor à produção e alcançando um outro nicho de mercado.
Em 2019 concluiu uma Especialização em Gestão de Ambientes Costeiras, com pesquisa ligada ao aproveitamento do vidro coletado na praia, para criação de joias contemporâneas.